"Crónica dos Bons Malandros - O Musical" estreia dia 20
"Crónica dos Bons Malandros - O Musical" foi apresentado esta tarde no Teatro Municipal Rivoli, sala onde será exibido até ao dia 23, e seu director artístico e autor do guião, Francisco Santos, disse que "a estética que predomina neste musical é muito anos 80".
Este disse que tentou "fugir dos lugares comuns, para não cair numa estética tipo revista", e prometeu "uma grande surpresa", revelando que foi em Fevereiro, na Póvoa de Varzim, durante o encontro Correntes de Escritas, que propôs a Zambujal fazer um musical a partir do livro, que já foi aliás adaptado ao cinema.
Francisco Santos adiantou, sem especificar, que o texto original, escrito há 31 nos, e que foi então um grande êxito, levou "uma volta", o que passou por "muitas conversas" com Mário Zambujal.
"O musical é o livro e ainda algo mais" do que lá se encontra, afirmou também.
"Crónica dos Bons Malandros" é a história de um singular bando de assaltantes que teve a audácia de congeminar e executar um assalto ao Museu Gulbenkian, em Lisboa.
O espectáculo demora cerca de duas horas e no palco estarão 21 actores, a maioria jovens, seis bailarinos e quatro músicos dirigidos por Miguel Amorim, também autor dos temas musicais.
"Conseguimos reunir um elenco maioritariamente do Porto", destacou Francisco Santos, director artístico da Vivonstage, produtora responsável por este musical, que conta com o apoio da Câmara Municipal e do Instituto do Emprego e da Formação Profissional.
Mário Zambujal recordou que "aos 15 anos já escrevia" para jornais, que foi jornalista e escrevia crónicas de tal modo que alguns amigos, como os escritores Urbano Tavares Rodrigues e Augusto Abelaira, o incitaram a ir mais além e a escrever também um livro.
O escritor disse ainda que era, então, dado a "inventar" personagens, que não consegue agora libertar-se dos "Bons Malandros" e agora tem esta "saborosa surpresa" de ver o livro transformar-se num musical, para o qual colaborou escrevendo as letras das músicas.
"Estou sinceramente convencido de que vai ser um espectáculo de muito agrado", afirmou, declarando-se também "contente por a estreia ser no Porto", muito embora se trate de uma história que tem Lisboa como palco.
Na apresentação esteve também Rui Moreira, presidente da Sociedade de reabilitação Urbana Porto Vivo, que disse concordar que eventos como este ajudam, igualmente, a revitalizar esta zona da cidade.
O responsável observou que a cidade conhece já alguma revitalização, o que em sua opinião tem acontecido "espontaneamente" e não devido a uma intervenção política.
Rui Moreira observou que a movida começou pela "noite" e está a chegar ao dia.
No que à Porto Vivo diz respeito, referiu que a estratégia passa por "não expulsar o que resta dos verdadeiros moradores" da zona abrangida pela reabilitação urbana.
"Não podemos criar uma Disneylândia", resumiu, reforçando que a SRU pretende atrair pessoas para a baixa portuense, "mas não expulsar aquilo que nós somos".